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O MAIOR COLECIONADOR DE VINIL DO MUNDO É BRASILEIRO

Aos 11 anos de idade comprou o seu primeiro disco de vinil. Aos 17 sua coleção já ultrapassava 3 mil unidades. Atualmente, estima-se que já chegou na marca dos 6 milhões.

José Roberto Alves Freitas, ou para os mais íntimos, Zero Freitas, é o paulista que leva o título de ser o maior colecionador de discos de vinil do mundo.

À primeira vista pode até parecer que José é apenas um acumulador compulsivo, mas não se engane com a foto acima. José possui um cuidado e um carinho com seus discos, difícil de se ver nos dias de hoje. A cada vinil tirado da embalagem e colocado na agulha da vitrola, uma história para contar.

O homem que hoje é formado em Música pela Universidade de São Paulo, quando criança, preferia comandar o som de suas festas ao invés de dançar por conta de sua imensa timidez — o que o levou a se tornar um DJ. Mal sabia ele que ao comprar o disco “Canta Para a Juventude” de Roberto Carlos, em 1965, daria inicio a algo que mudaria completamente o rumo de sua vida.

Em uma época em que as mídias digitais predominam, a atenção de José está voltada aos containers repletos de singles e LPs que chegam mensalmente ao seu prédio, em São Paulo. Além das doações vindas de todos os cantos do mundo, Zero possui uma equipe de agentes que participam ativamente de leilões de discos nos Estados Unidos e na Europa.

Mas claro que nem só de um hobby vive um ser humano comum. Grande parte do sustento financeiro de José vem por meio de lucros imobiliários e de sua transportadora — que, por sinal, o ajuda muito com a logística da entrega dos discos.

Inicialmente os vinis ficavam todos em sua casa. Com o passar do tempo e o aumento da coleção, José foi obrigado a arrumar locais próprios para armazena-los, como o galpão da Vila Leopoldina na Zona Oeste da capital de São Paulo, que serve de depósito e estúdio. Atualmente, em sua casa, Zero possui “apenas” 100 mil discos, classificados por ele como seus queridinhos.

Os Estados Unidos também tiveram uma participação imensa no crescimento de sua coleção, já que alguns de seus discos são cedidos por americanos – que têm a cultura de doar discos inutilizados para instituições públicas – e outros adquiridos através de compras online no site eBay.

Mas saiba que por trás de tudo isso há um objetivo bem nobre. Zero Freitas deseja, acima de tudo, preservar da cultura da música brasileira. Para isso ele conta com um time de 16 estagiários (grande parte deles estudantes de História), divididos em dois turnos, que catalogam cerca de mil discos por dia.

Aos trancos e barrancos, como todo brasileiro, José Roberto Alves Freitas continua a saga de expandir sua coleção de discos e disponibiliza-los gratuitamente aos artistas que buscam por suas obras perdidas, apreciadores de música e estudantes da cultura brasileira, que buscam por música para as suas pesquisas.

 


Referências: The Guardian / El País

Foto: Jonathan Watts/Guardian